ISAQUE E SEUS ERROS COMO PATRIARCA

Isaque e Família
Gn 25.27-28; Gn 27.1-13
Se formos procurar exemplos bíblicos sobre relacionamento familiar, praticamente só encontraremos no Velho Testamento.
Detalhe interessante: os exemplos são quase todos negativos. Estão lá para que aprendamos como não fazer - o que é tão importante quanto bons exemplos.
Vejamos o caso de Isaque, Rebeca e os dois filhos, Esaú e Jacó (gêmeos).

Gênesis 25.27-28 – Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.

Grande diferança de personalidade e gostos pessoais entre os dois irmãos. Esaú: caçador, homem do campo. Jacó: pacato, fazedor de tendas.
Isaque amava mais a Esaú pois gostava de comer o que ele caçava.
E Rebeca amava mais a Jacó - não diz o motivo (talvez por ser mais pacato, tinha mais contato).

O fato desse detalhe ter sido registrado, mostra que deveria ser muito forte a diferença no relacionamento entre Isaque e os dois filhos, assim como de Rebeca também.
Um era o "queridinho" do pai, outro da mãe. E aqui está o erro básico, de onde tudo se originou.
Não deve haver diferença no tratamento entre os filhos, no sentido de ser mais favorável, dar mais, dedicar-se mais. Precisa haver justiça, igualdade no amor, na dedicação.

Duas observações:
1) Simpatia pessoal é outra questão. E normal, mas deve ser mantida com discrição e não deve afetar o tratamento;

2) O método de disciplinar e corrigir pode variar conforme a personalidade (exemplo: um precisa de surra; outro só de olhar).
Mas nada disso implica em tratamento diferente, no sentido em que já comentei.

No caso de Isaque, o v. 28 sugere que Isaque abertamente dava preferência a Esaú e Rebeca a Jacó. No capítulo 27, a sugestão bíblica se transforma em certeza.

Gênesis 27.1-13 – Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: Meu filho! Respondeu ele: Aqui estou! Disse-lhe o pai: Estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e traze-ma, para que eu coma e te abençoe antes que eu morra. Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E foi-se Esaú ao campo para apanhar a caça e trazê-la. Então, disse Rebeca a Jacó, seu filho: Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do SENHOR, antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia; levá-la-ás a teu pai, para que a coma e te abençoe, antes que morra. Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Esaú, meu irmão, é homem cabeludo, e eu, homem liso. Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim maldição e não bênção. Respondeu-lhe a mãe: Caia sobre mim essa maldição, meu filho; atende somente o que eu te digo, vai e traze-mos.

O restante todos conhecem: Jacó, com a ajuda da mãe, enganou Isaque e roubou a bênção de Esaú.
Esaú chegou depois, tentou ser abençoado e não conseguiu. O que ouviu foi uma dura previsão contra ele. Chorou muito e ficou com ódio do irmão, jurando matá-lo quando Isaque morresse.

Examinemos os erros para aprender com eles:

1. O motivo de Isaque escolher Esaú para abençoar parece que não foi por ser o mais velho (o que seria correto), mas porque gostava mais dele. E um gostar ligado com a comida! A comida da caça de Esaú era tão importante para Isaque que ele chegou ao cúmulo de condicionar a bênção a um bom prato!
Mesmo que fosse por ser mais velho, é bom lembrar que Esaú já havia vendido para Jacó o direito de primogenitura. A bênção já seria de Jacó, de qualquer maneira.
Tudo indica que foi por preferência pessoal mesmo, pura e simples.

2. Rebeca dá um mal exemplo de esposa e de mãe, que proporciona ao próprio filho ser roubado. E mal exemplo como pessoa, com a sua desonestidade.
Errou com relação a todos os envolvidos: o marido e os dois filhos. Veja bem:
* Com relação ao marido: propõe um plano para enganá-lo.
Aplicação: nunca minta, engane ou enrole o seu cônjuge. Use de transparência total.

* Com relação a Esaú: prejudicou o filho, roubando dele. E pior: para favorecer o outro!
Aplicação: os pais têm tanto poder com relação aos filhos e é tão complexo educar, que é fácil prejudicá-los, mesmo sem desejar. Temos de nos vigiar constantemente.
Pior é prejudicar sabendo, planejando.
E pior ainda: prejudicar um para favorecer o outro. Se você já fez isso, talvez tenha marcado o seu filho pelo resto da vida.

* Com relação a Jacó: mostrou protecionismo errado, prejudicial, induzindo-o ao erro.
Aplicação: cuidado com o protecionismo exagerado. Isso gera mais problemas do que soluções. Atrapalha bem mais do que ajuda ao filho.

* Com relação aos dois irmãos entre si: a mãe jogou um contra o outro. Semeou ódio na família.
Aplicação: nunca jogue um filho contra o outro. Semeie a harmonia entre eles, o amor, a paz.
O dever dos pais é jogar água no incêndio, não lenha na fogueira.

3. Jacó: mau exemplo em várias áreas.
* Deveria ter resistido firmemente à idéia maliciosa da mãe.
Mas isso não teria sido desrespeito? Dependendo da forma, não. É ato de amor mostrar o erro e não compartilhar com ele.

Aplicação: não se irrite quando o filho lhe apontar um erro. Mesmo que faça de maneira errada, corrija a forma como ele lhe agiu, mas deixando claro que fez bem a você.

* Enganou o próprio pai.
Ora, se o filho deve honrar o pai, imagine a gravidade do erro de enganar!

Aplicação: nunca deixem de lembrar aos filhos que precisam honrar pai e mãe, respeitar e, enquanto estiverem em casa, obedecer incondicionalmente.

* Roubou a bênção do irmão.
Aplicação: obrigue cada filho a respeitar tudo o que é dos irmãos.

4. Esaú
Nesse caso particular, foi inocente, a vítima.
Mesmo assim, não deveria ter jurado vingança. Vingança pertence a Deus.
Duas coisas bonitas de Esaú:
1) Respeitou a presença do pai, deixando para matar Jacó só quando o pai morresse.
2) Perdoou o irmão, vinte anos depois.

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É importante ressaltar que o plano de Deus era que Jacó fosse abençoado. Esaú era um homem profano e desprezou as bênçãos do primogênito. Deus escolheu a Jacó antes de ele nascer.
Mas isso não anula a responsabilidade da família de Isaque de fazer o que era correto.
O fato de Deus se utilizar de erros das pessoas para alcançar Seus objetivos, não significa que essas pessoas estão isentas da culpa e livres dos seus erros.

Duas observações finais:
a) Estejamos sempre atentos à qualidade dos nossos relacionamentos familiares. O alvo é a perfeição!

b) Lancemos mão da misericórdia de Deus e pedir que Ele ajude nossos maridos/esposas e filhos, não permitindo que nossos erros os prejudiquem. Que Deus diminua os estragos que as nossas falhas provocam nos nossos amados, em casa.

Isaque e Família
Gn 25.27-28; Gn 27.1-13
Se formos procurar exemplos bíblicos sobre relacionamento familiar, praticamente só encontraremos no Velho Testamento.
Detalhe interessante: os exemplos são quase todos negativos. Estão lá para que aprendamos como não fazer - o que é tão importante quanto bons exemplos.
Vejamos o caso de Isaque, Rebeca e os dois filhos, Esaú e Jacó (gêmeos).

Gênesis 25.27-28 – Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.

Grande diferança de personalidade e gostos pessoais entre os dois irmãos. Esaú: caçador, homem do campo. Jacó: pacato, fazedor de tendas.
Isaque amava mais a Esaú pois gostava de comer o que ele caçava.
E Rebeca amava mais a Jacó - não diz o motivo (talvez por ser mais pacato, tinha mais contato).

O fato desse detalhe ter sido registrado, mostra que deveria ser muito forte a diferença no relacionamento entre Isaque e os dois filhos, assim como de Rebeca também.
Um era o "queridinho" do pai, outro da mãe. E aqui está o erro básico, de onde tudo se originou.
Não deve haver diferença no tratamento entre os filhos, no sentido de ser mais favorável, dar mais, dedicar-se mais. Precisa haver justiça, igualdade no amor, na dedicação.

Duas observações:
1) Simpatia pessoal é outra questão. E normal, mas deve ser mantida com discrição e não deve afetar o tratamento;

2) O método de disciplinar e corrigir pode variar conforme a personalidade (exemplo: um precisa de surra; outro só de olhar).
Mas nada disso implica em tratamento diferente, no sentido em que já comentei.

No caso de Isaque, o v. 28 sugere que Isaque abertamente dava preferência a Esaú e Rebeca a Jacó. No capítulo 27, a sugestão bíblica se transforma em certeza.

Gênesis 27.1-13 – Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: Meu filho! Respondeu ele: Aqui estou! Disse-lhe o pai: Estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e traze-ma, para que eu coma e te abençoe antes que eu morra. Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E foi-se Esaú ao campo para apanhar a caça e trazê-la. Então, disse Rebeca a Jacó, seu filho: Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do SENHOR, antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia; levá-la-ás a teu pai, para que a coma e te abençoe, antes que morra. Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Esaú, meu irmão, é homem cabeludo, e eu, homem liso. Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim maldição e não bênção. Respondeu-lhe a mãe: Caia sobre mim essa maldição, meu filho; atende somente o que eu te digo, vai e traze-mos.

O restante todos conhecem: Jacó, com a ajuda da mãe, enganou Isaque e roubou a bênção de Esaú.
Esaú chegou depois, tentou ser abençoado e não conseguiu. O que ouviu foi uma dura previsão contra ele. Chorou muito e ficou com ódio do irmão, jurando matá-lo quando Isaque morresse.

Examinemos os erros para aprender com eles:

1. O motivo de Isaque escolher Esaú para abençoar parece que não foi por ser o mais velho (o que seria correto), mas porque gostava mais dele. E um gostar ligado com a comida! A comida da caça de Esaú era tão importante para Isaque que ele chegou ao cúmulo de condicionar a bênção a um bom prato!
Mesmo que fosse por ser mais velho, é bom lembrar que Esaú já havia vendido para Jacó o direito de primogenitura. A bênção já seria de Jacó, de qualquer maneira.
Tudo indica que foi por preferência pessoal mesmo, pura e simples.

2. Rebeca dá um mal exemplo de esposa e de mãe, que proporciona ao próprio filho ser roubado. E mal exemplo como pessoa, com a sua desonestidade.
Errou com relação a todos os envolvidos: o marido e os dois filhos. Veja bem:
* Com relação ao marido: propõe um plano para enganá-lo.
Aplicação: nunca minta, engane ou enrole o seu cônjuge. Use de transparência total.

* Com relação a Esaú: prejudicou o filho, roubando dele. E pior: para favorecer o outro!
Aplicação: os pais têm tanto poder com relação aos filhos e é tão complexo educar, que é fácil prejudicá-los, mesmo sem desejar. Temos de nos vigiar constantemente.
Pior é prejudicar sabendo, planejando.
E pior ainda: prejudicar um para favorecer o outro. Se você já fez isso, talvez tenha marcado o seu filho pelo resto da vida.

* Com relação a Jacó: mostrou protecionismo errado, prejudicial, induzindo-o ao erro.
Aplicação: cuidado com o protecionismo exagerado. Isso gera mais problemas do que soluções. Atrapalha bem mais do que ajuda ao filho.

* Com relação aos dois irmãos entre si: a mãe jogou um contra o outro. Semeou ódio na família.
Aplicação: nunca jogue um filho contra o outro. Semeie a harmonia entre eles, o amor, a paz.
O dever dos pais é jogar água no incêndio, não lenha na fogueira.

3. Jacó: mau exemplo em várias áreas.
* Deveria ter resistido firmemente à idéia maliciosa da mãe.
Mas isso não teria sido desrespeito? Dependendo da forma, não. É ato de amor mostrar o erro e não compartilhar com ele.

Aplicação: não se irrite quando o filho lhe apontar um erro. Mesmo que faça de maneira errada, corrija a forma como ele lhe agiu, mas deixando claro que fez bem a você.

* Enganou o próprio pai.
Ora, se o filho deve honrar o pai, imagine a gravidade do erro de enganar!

Aplicação: nunca deixem de lembrar aos filhos que precisam honrar pai e mãe, respeitar e, enquanto estiverem em casa, obedecer incondicionalmente.

* Roubou a bênção do irmão.
Aplicação: obrigue cada filho a respeitar tudo o que é dos irmãos.

4. Esaú
Nesse caso particular, foi inocente, a vítima.
Mesmo assim, não deveria ter jurado vingança. Vingança pertence a Deus.
Duas coisas bonitas de Esaú:
1) Respeitou a presença do pai, deixando para matar Jacó só quando o pai morresse.
2) Perdoou o irmão, vinte anos depois.

É importante ressaltar que o plano de Deus era que Jacó fosse abençoado. Esaú era um homem profano e desprezou as bênçãos do primogênito. Deus escolheu a Jacó antes de ele nascer.
Mas isso não anula a responsabilidade da família de Isaque de fazer o que era correto.
O fato de Deus se utilizar de erros das pessoas para alcançar Seus objetivos, não significa que essas pessoas estão isentas da culpa e livres dos seus erros.

Duas observações finais:
a) Estejamos sempre atentos à qualidade dos nossos relacionamentos familiares. O alvo é a perfeição!

b) Lancemos mão da misericórdia de Deus e pedir que Ele ajude nossos maridos/esposas e filhos, não permitindo que nossos erros os prejudiquem. Que Deus diminua os estragos que as nossas falhas provocam nos nossos amados, em casa.

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