O QUARTO DO FILHO






Uma família feliz, um casal bem ajustado, filhos tranqüilos e obedientes, pais presentes e amorosos.Tudo caminha perfeitamente na família do psicanalista Giovani. Mas, como nada é perfeito neste nosso mundo, uma tragédia acontece...“O Quarto do Filho”, filme italiano do diretor Nanni Moretti, que atua como o pai da família, Giovani, foi lançado em 2002. Ainda tem em seu elenco Laura Morante, como Paola e os adolescentes Jasmine Trinca, como Irene e Giuseppe Sanfelice, como Andrea. Este não é um filme para menores de 15 anos. Há cenas fortes. O casal deve assisti-lo só e se houver filhos, boas e oportunas conversas devem acontecer a partir de tais cenas.Sem se convergir num dramalhão este filme nos toca o coração e ensina muitas coisas... “Você não é responsável por tudo o que acontece”, é o que diz o psicanalista Giovani a um de seus pacientes. Mas não é o que pensa e sente quando a morte de seu filho lhe corrói a alma. Durante muito tempo ele pensa que poderia ter protegido o filho o suficiente para livrá-lo da morte. Porém, quando coisas ruins acontecem em nossa família, não é possível voltar atrás. A dor consome e a tristeza é constante. É assim mesmo, é natural, dói. Como no filme, acontece também na vida real. Diante da morte de alguém querido, as pessoas reagem de maneiras diferentes.Giovani, sentindo-se culpado pela morte do filho, tenta continuar a vida fazendo-se de forte e tentando entender.Paola, como uma boa mãe, tenta agarrar-se a cada coisa e pessoa que fez parte da vida de seu filho.Irene, a irmã mais velha, acha que não tem o direito de ser feliz e se boicota das coisas que gosta.Assim, a morte de Andrea parte a união e o coração da família. E o nosso também.A morte de alguém tão jovem mexe com a estrutura da emoção humana porque os velhos é que devem morrer primeiro. Esta verdade mexe com nossos valores, muda nossas convicções e até mesmo nos faz sentir medo, porque nos traz a sensação de impotência diante da vida.O fato é que ninguém pode prever o futuro, nem evitar que coisas ruins e tristes aconteçam, nem fazer de conta que o sofrimento é só para os outros.“Se o dono da casa soubesse a que horas o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada” (Mateus 24.43). Estas foram as palavras do padre na missa para Andrea. Mas uma palavra que deveria servir de consolo, revolta aquele pai angustiado. É que ele não podia compreender a Palavra nem a vontade de Deus. Ele não tinha Deus. E tão certo como às vezes o sofrimento abate nossa família, vivenciá-los sem a presença, o conforto e a misericórdia de Deus é insuportável.Só mais uma coisa a aprender: as pessoas que amamos às vezes vão embora muito cedo.Hoje é dia de dizer

“Eu amo você”
Por: Psic. Elizabete Bifano
.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ISAQUE E SEUS ERROS COMO PATRIARCA

SAIBA ESCOLHER SUAS AMIZADES.